Hoje, depois de tantas coisas, o mundo inteiro parou
Para ouvir e observar silenciosamente o meu coração.
Eu cansei de te escutar, mas tantas outras vezes você também não quis me ouvir...Disse tantas coisas.
Logo eu, que sempre andei calado em meio à multidão;
Perfilei o extenso rol dos meus equívocos e erros crassos;
Perdi mais uma vez o rumo e o sentido da razão maior,
E que razão tem tudo isso, agora que não preciso ver sentido?
Grande imagem do herói perdido no tempo, sentado à beira do lago sujo, soterrado em lágrimas e aborrecimentos.
Será que a paz do mundo poderia habitar um cordial vetusto?
Palavras, palavras...Talvez o melhor esteja bem aqui, diante do que nunca busquei ver;
Talvez meu céu seja eu mesmo, e a vida, tomada por inteiro, domada no mais esplêndido picadeiro, seja bem, bem mais que um simples olhar, um sorriso calmo de prazer!
Olá! Somos os idiotas do mundo! Derrotistas de coragem somos nós!
Eu desisto em sôfrego nervo; ou persisto nesse execrável erro?
Pilhéria! Abençoados sejamos em nossas dores reais...Ilusões de verdade;
Incertezas inescusáveis diante do agora, nunca demais, nunca deixados para trás!
Silêncio! Alguém vai passar...
É um morto, dizem os sábios das alcovas.
Pior! É morrido de alma e sofrido de tristezas.
Morrera na solidão de seus erros, nas vãs esperanças de seus medos...
Acudam o jovem ator! Acudam sim; pois é mesmo artista quem, ainda hoje, acredita em sonhos de amor!
Lembranças suaves de um distante inverno,
Congelado d´alma, sem ardilosos caminhos.
Desmereço toda a sorte dos malfadados do inferno,
Mas desconheço pior castigo que crer em amor eterno estando eu a morrer sozinho!
P.S.: Não há erro imperdoável, imperdoável é a persistência!Para os demais cabem a mágoa, o conformismo ou a divindade ocasional.
Raoni C.Costa
