Time

domingo, 8 de janeiro de 2012

Catarse intermitente no espaço-tempo do meu mundo!


                                                           Delacroix - A Liberdade guiando o povo


Venda tudo o que puder, faça empréstimos exorbitantes, mas com método, de forma a que não obtenha montante inferior ao necessário para deixar o país e viver confortavelmente em outro canto.E digo mais: Talvez o melhor lugar fora do Brasil pra nos escondermos seja, unica e verdadeiramente, o próprio Brasil. Concedemos asilo político, concedemos anistia, concedemos liberdade de trânsito,instalação e mesmo a equiparação de nacionalidade a qualquer indivíduo que apresente requisitos mínimos (sim, mínimos por prática e por vontade anacrônica da história). Viva cinquenta anos em cinco, e se não morrer antes de completar a jornada, ou após consumir todo o dinheiro angariado, toda a bebida fermentada, liquefeita; todo o narguile, os blends, os indicadores econômicos do câmbio flutuante, ou da superficialidade dos insumos e incrementos do modelo econômico sustentável, aí sim, estará em maus lençois.Melhor pensar nas possibilidade: Ou moléstia degenerativa incurável,de breve curso; incidência de ato fulminante; fatalidade oportuna, ou o iter crucis da doença, decrepitude,velhice e tudo o mais que conduz o homem a repensar suas crenças, propósitos e sentidos. Catarse e sialorreia, enterocolite verbal, hipossuficiência substancial! Em que órbita guiamos nosso influxo mental? Não grite! A verdade é quase muda, só agride quando existe indiferença! Democracia substancial é a ignorância do povo, porque se divide entre ricos, pobres e a classe oprimida (oprimida por ambas, por ser o meridiano entre dois polos extremados, um que paga tudo e outro que nada paga, um que tudo consome e outro que por tudo é consumido). 
Saia do seu caminho, seu jeito cansa, sua verdade nunca deu certo, o medo é covarde! Catalise energia em prol dos necessitados, comece pelo espelho mágico do tempo. Dorian Gray já é passado, adentramos no feminismo pós-moderno do consumismo pré-histórico. 
Coma lixo, porque já faz isso há tempos, mas desista logo, tudo deve ser orgânico, menos a xenofobia atávica que atinge seu quarteirão. Preconceito total! Sejamos todos azuis, hã?!Ame a música clássica, salmão, Caravaggio e Chopin! Não se esqueça do bom café com licor de lima da pérsia e vanilla. Viva o imperativo, impere sobre os pequenos flagelos de sua ignóbil existência.Adote um pobre coitado, não olhe só para a cicatriz umbilical. Só deixando de lado a mediocridade é que se torna em luz o homem moderno. Pátria amada, salve, salve! Mendigos que não são vistos, crianças que choram no escuro e desertos em meio a oásis! Porca miséria, vicissitude total! Beleza, estética, dignidade e dano moral! Cansai-vos, filhos do bom senso, da cultura e da sensibilidade! Nostalgia é para eruditos, para o que chafurda é heresia mesmo. Amemos o que há de pior sem julgamento. Sabe o que há? A ditadura militar cedeu à guerra fria e hoje a indiferença subsidiária à crítica objurga nosso amor próprio e toda a vacuidade do excesso de informações fez de nosso id, eu lírico ou interior um reles balão de ar, que plana rumo ao nada, cheio de nada e cheio de tudo, fadado às parcas sobre as cãs.

Deixe tudo de lado, recupere cada milímetro de espaço e unifique a sinapse universal em busca de um mundo pensante que se coadune com a ideia de que tudo está em tudo, ajustando o caos pondo as bailarinas a bailar nos céus e enaltecendo o sentido mais pragmático e menos sofismático desse puzzle a que chamamos Mundo Real! Amai-vos, não armai-vos! Quem duvida que o ideológico hoje é escatológico levante a mão e apague a luz!

Ecce Opus.

R!

Raoni C. Costa                                                                                        Rio, 2009-2012.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Brainstorm.



                                                                  Innocense by Rafal Olbinski

Vamos sorrir?

Sim! Nada de reclamações, traumas, regras e mente ditatorial. Agora é sensação de brisa leve, chuva de verão, entardecer com horizonte amplo rumo ao poente; quero a vida à toa, sem ninguém me dizer qual é a boa! É isso, ausência total de regras mas felicidade como compromisso!
Cafezinho e pão de queijo é o que há! Jamais se cale diante dos seus medos, a vida pode ser tudo e acabar deixando tudo o que você construiu para erguer os passos de alguém que surge...É assim! Alguns que chegam enquanto outros vão! A vida é fato, é ato, é o metrô lotado da existência em sua baldeação! 
Alguém já fez o caminho de Santiago? Quem quer um petit Gatêau com coca-cola neblinada? Salmão com wasabi e shoyu é o melhor!

Há chuva e nada de mal há nisso! Será verdade? Olhe pra fora, veja da janela se existe verdade na poesia, conteste seus dogmas...Talvez não esteja chovendo, mas e daí? Eu menti pra você? Tanto faz. Aprenda com as lições mais óbvias! Acaso está fora de moda, mas determinismo demais tira nossa habilidade de buscar sentido na liberdade! Sabe o que mais? Agora eu vou dizer que chove dentro de você e o que você vai fazer pra provar que é mentira? Isso, olhe pra dentro, desmistifique essa noção simplória de verdade externa que eu tento te impor. Chega de projeções e viva as películas em preto e branco. 

Na dúvida sobre o sentido da vida, pare, reflita, respire o mais rarefeito, escolha uma bicicleta vermelha de rodinhas brancas; há mais música para nossa história? Desejo ouvir até o adormecer! Alguém sonha comigo e vamos percorrer o deserto em busca de camelos? Sim! Água para os camelos e o friozinho da noite! Vamos sais na capa do jornal, somos agora cesurados e amanhã seremos motivo de glória popular. Gritaram nosso nome na feira, era nada! Esquecemos a sacola com as jujubas dos meninos!

Temos filhos? Não! mas crianças interiores habitam em nós, foi o que descobrimos a caminho de Dublin! Sim, sim! Surreal demais! Mas é o sentido do que há para ser sentido e nada mais é tão belo quanto o simples espargir de letras a formar palavras que se unem num amor sem regras, num atar sem pregas e fazem dos momentos mais inusitados uma das maiores expressões da verdade, da beleza e da sinceridade de nosso id. Ide, ide e pregai seus retalhos na parede a contemplar, porque olhar pra si é o que há! 

Assim seja!


R!

Raoni C.Costa                                                                                  Amado quarto, 7 de janeiro de 2012