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sábado, 20 de fevereiro de 2010

C´est la Vie...Ou a Imagem Solidária dos Homens de Saco Cheio.

Hoje eu vou apresentar a imagem solidária do homem de saco cheio...Todo mundo tem seus dias, e me parece interessante trazer pra vida fatos da própria vida.Minha poética é assim,é do abstrato ao concreto, da metafísica do existir, ao mais simples dia de fúria de cada um de nós... 

                                                                                              Imagem ilustrativa.Fonte: Google Images 
  
Que Saco!
Será que pega bem falar, ou melhor,escrever saco num texto formalmente constituído?Depende.O texto é meu, o trabalho de escrever é meu ( e minto ao chamar de trabalho o ofício dos Deuses, porque faço aquilo que amo, mesmo que ame com preguiça e momentos de raiva) e o leitor, censor,diagramador,idealizador,editor,etc.;sou EU.
Muito mimadinho,tudo bem. Mas e daí?Não escrevo mais pros outros- Uma grande inverdade,sempre trago em mim a presença secreta do melhor leitor-.


O pessimista Schopenhaueriano diria:


- Quem desses merece meu apreço, merece meu cansaço mental, pra depois olhar com aquela cara patética de parede cor gelo, e simplesmente dizer: Olha!Que legal!Adorei seu texto. Chego até a me identificar, mas acho que você diz muito e não consigo compreender exatamente a idéia central(mas que diabo de idéia central é essa, se eu escrevo sobre mim, sobre você,sobre tudo o que fizer sentido ao seu e ao meu mais íntimo?Esse é o tema, a pura e simples liberdade de até mesmo ser confuso. Não poderia ter a pretensão do entendimento, não seria um texto genuinamente poético, com toda a graça do patético).


O moderado diplomata diria:


nisso tudo alguma, ou até mesmo muita coisa faz sentido, e o sentido é justamente a interação relacional como equilíbrio e paradigma da qualidade textual, no que segue:

Olha!Há quem diga também: Eu li. Entendi. Só acho que esse seu texto não é pra todo mundo, é muito difícil, complexo, com vocabulário desenvolvido; a gente precisa ler com o dicionário do lado(o que me envaidece,mas a vaidade é maya budista,então tenho o contrapeso da crítica mais austera).
Outros dizem sentir sono (e eu acho engraçado porque faz sentido, eu dou razão, eu só me irrito porque não consigo dormir, eu que tanto preciso aprender a dormir cedo, só por ler meus textos).Será a extensão do texto, a prolixidade do autor?Ou será que é simplesmente um texto chato ( mea culpa, reconheço o potencial equívoco literário do excesso...Ou não!), feito pra pessoas chatas, mas minimamente capazes de entender toda a essência da mensagem?Sim!Há chatos e chatos. 


Seguindo o raciocínio acima, longe do arquétipo de Pollyanna, faço presente o heterônimo do modernismo...:


- Definitivamente, eu me incluo nesse rol ; em algum iter desse criminis.Errare humanum est...E sou humano, demasiado humano ( E não consigo esquecer Nietzsche em minhas citações, mas que inferno!).
Mudando radicalmente de assunto, mas na mesma linha condutora de sempre...Queria agora uma vizinha gostosa,desapegada,atraída por mim...Queria a velha forma de vida da juventude. De volta aos 18, de volta aos 21.Ah! Pro inferno com o primeiro amor, eu queria mais era ter abraçado o Mefistófeles e curtido mais a vida vã,professado tamanhas blasfêmias pra agora ser um  santo do pau oco, mas casado e realizado,tranqüilo.Ainda não falei todas as MERDAS que gostaria de ter falado, nem proferi as máximas lapidares que pretendo entoem no meu enterro.  
Não estou, nas palavras do magistral jurisconculto, claudicando na arte de bem proceder, muito menos desejando sorte em teatrês (Merda é um vocativo típico do teatro).Hoje minha única expectativa é a da decepção, e só por isso já me sinto feliz. Porque não haverá mais novidade e a vida será monótona, mas sem sofrimentos.Vou entrar no Nirvana, vou atingir o Brahma(Merda ainda vai, mas o Brahma não vou explicar a essa hora...) sem beber cerveja.

Chega de Ex!Chega de falso pátrio indianês.Chega de teatrologia do lumpemproletariado escatológico (é hora, recorra ao dicionário, mas recorrer ao virtual vai complicar a sua vida, não há contextualização, isso é expressão própria, meu amado leitor).Eu não vim destruir a lei – e viva os plágios Cristãos-, mas ela anda nula diante das fontes secundárias – e viva os conceitos jurídico-literários-; e a julgar pelos costumes, senhores, muito me entristece pensar em meus filhos,quer homens, quer mulheres, quer outra coisa entre o genérico, o sintomático e o ególatra despropositado.Geração perdida, década de 80 (Estudar história geopolítica do pais, pessoal...Nem só de orkut e twitter viverá o homem);geração ufanista,utópica, crudelíssima – destaque pro S.A.S. muito bem empregado – em suas experiências junto ao próximo, gananciosas e subservientes diante das próprias mazelas estruturais, quer da família, quer da sociedade,quer da vida pessoal.
Estou infinitamente magoado com a monogamia,com a decência social e as promessas assinadas em papéis sem valor, mentes insipientes e corações tolos.Verdade verdadeira, infinitamente puto da vida, eu preciso reconhecer o fiasco do poetinha diante do clamor da realidade indelével: Ainda hoje dois institutos seguram o casamento: Religião e adultério.


Assim encerro mais um episódio confuso da comédia humana, no triste entender desse palhaço idílico, desse palácio de acrílico, desse idiota que ainda crê em virgenzinhas sem por cento e álbuns de bodas, com as mesmas fotos de namoro,noivado e casamento...E por sorte o mundo inteiro se renova a cada dor, a cada amor e a cada morte, assim espero!


Intensamente reconfortado,


R!





sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A New Day Yesterday! E tudo isso é sempre a mesma coisa






O que tem sido, isso é o que há de ser; e o que se tem feito, isso se tornará a fazer; nada há que seja novo debaixo do sol.  
Eclesiastes 1:9




- Queria começar de novo,acho que desse jeito não está legal...!Algo que identifique traços comuns com a vida humana tão pouco criativa sobre a Terra?Hoje eu não quero fazer perguntas, tampouco deixar respostas absolutas, só fazer o que há de mais prazeroso e obrigatório aos espíritos inquietos: Escrever!
Queria não precisar, mas há um mundo imenso dentro desse pequeno mundo que vos fala, e há tão pouca gente a compreender tanta coisa complicada, que parece só acontecer comigo...Nossa!Tanta gente ouve isso todos os dias em qualquer esquina.Essa história toda de amores e paixões, de sorrisos largos e lágrimas ocultas num travesseiro macio.É gostoso chorar no gelinho do ar-condicionado, é agradável afago da mão que não existe naquele momento.Mas há quem chore no calor do quarto escuro, e tudo bem!É bom também sabermos que há verdade e validade naquele suplício quase voluntário.
Quantas vezes será que a gente pode errar?Não sei, mas sei que não pretendo mais errar de novo, e como sei que é mentira do meu ego sabotador, pra inflar de esperança muita e cura emocional pouca esse infante errante das lides emocionais, prefiro me preocupar com quantas vezes eu ainda poderei deixar de acertar até que a vida me ensine verdadeiramente a ser feliz.Sim, tenho medo de errar; e mais ainda do dia em que não mais me permitirem cometer erros.Há pecado nisso?Penso que sim.No mínimo, o castigo da ignorância, da criatividade mínima.Até pra errarmos precisamos fazer da mesma maneira que tanta gente vem fazendo há milênios?
Essa tristeza tem sabor de passado, mas a lembrança eu não jogo fora.Seria covardia com os melhores momentos; seria injustiça com a melhor forma de sinceridade diante daquilo que vivemos em verdade,em alegrias e presentes da vida.
É a parte mais dura dizer adeus, mas sentir saudade é a alegria mais insana e confusa que eu administro sem qualquer receita.Sempre igual, nunca o mesmo passo.Deixo as marcas no caminho,mas a estrada sempre muda e nem assim, ao longo das bússolas emocionais que vou adquirindo, consigo adivinhar a rota dos desertos mundos dos enamorados complexos.É isso, meu mundo é um oásis em meio ao deserto mutável de dunas que me mostram os céus, ora engolem meus sonhos no calor das miragens, no real e concreto dia seguinte.
É incrível depois de tanta tempestade eu dizer que os melhores dias nem sempre foram de sol.Eu também preciso da chuva, ela inebria e descansa minha alma ardida e pesada.Planto minha árvore da vida e o pranto me socorre na hora mais devida.Tudo isso é parte de mim.Não sou perfeito,e estou tão longe da perfeição que me sinto à vontade pra dizer que não mereço as porcarias sem graça, embora quem sabe alguns insultos magoados.Até no ódio eu encontro virtude, até pra dizer que fui o pior que já existiu eu sinto que há um mínimo de engrandecimento,de autoelogio em razão do título.Espero haver também um mínimo de agradecimento, porque não sou somente a metade de mim mesmo(a boa, a que todos querem,a que merecem todos, no mínimo, segundo eles), sou a totalidade de algo que desconheço, mas agradeço por estar em mim.É defeito, é virtude, é tudo o que eu nem gostaria de sentir, na maioria dos dias cinzentos, mas não pretendo a perfeição  estando agora triste, estando agora desencantado com toda essa mágoa, toda essa raiva que pensei distantes.Como eu pude pensar tão pequeno, ser tão cego?A verdade, a mentira, o sonho, e até o pior pesadelo, não se iludam: Estão todos ao nosso lado, só depende de como abrimos nossas portas da percepção e tudo pode passar a ser uma verdade íntima.
Por que nem sempre dá certo?Por que perguntar tanto e fazer tão pouco se a receita é, foi e sempre será praticamente a mesma: Fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem?Simples, quando pensamos que nem mesmo nós sabemos exatamente aquilo que queremos, e muito menos se o que queremos naquele momento, quereremos pela vida inteira, e principalmente se querer algo é, automaticamente, dizer pro universo e seu Criador que esse algo é nossa real felicidade.Quem mentiu pra você ao dizer,ou deixar você acreditar que só por que queremos uma coisa ela nos fará feliz?
Alguém ai encanado com o término do namoro, com a dúvida sobre felicidade eterna, o maravilhoso instante do olhar sincero que antecede o juramento de amor, e, por outro lado, vive em tensa relação com a mulher perfeita da calçada ao lado, imponente, levemente clássica e totalmente indiferente a sua incontestável existência comum?Dúvida cruel.Você investiu tantos anos naquela massa falida, naquela ação que só tende a cair, e você se acha, no fim das contas, o pior sujeito com a melhor justificativa pra continuar um perdedor...Você insiste em achar o elo perdido, porque com você será diferente, e assim tem sido pra outros milhares de milhares de insanos donos da verdade.E todo mundo acaba acabando com alguma relação perfeita e eterna.Dez anos, dez dias, dez segundos.Quem garante o que é melhor,mais intenso, mais verdadeiro?
O presente é o que há, e o resto é pretensão ou frustração.Tudo demora tanto que a gente acaba acostumando com o quotidiano chato, idiota e nauseante.Mas perca pra ver!Ser humano cretino, sente falta até da própria desgraça.E isso de reverter o jogo, quem te ensinou a blefar disse que era melhor que o flerte?
Mentira...Mas mentira por mentira, eu também posso mentir,ou não?Tanto faz, você só quer o meu melhor, e meu melhor tem um preço, mas tudo que é fundamental não vem a custo, exceto o custo de sermos melhores a cada dia.Ao idiota todo preço é cabível e não me escondo em meus verbetes ou licenças poéticas, estou nesse barco falido cheio de furos, rumo ao fundo.E que seja uma viagem profunda, chega de superficialidade. Até pra ser cretino há de ser intenso.
Chega de tanta teoria, a verdade é que o seu amor agora tá amando outro, e você virou passado.Vá ser presente pra outra, mas não seja um presente de grego, tampouco espere ser tão bom quanto ela esperaria.Cada qual que cuide do seu analista e da sua malfadada história pessoal.Alguém disse que eu seria moldura de título da história artística e gloriosa do outro?Mesmo que diga, isso não é problema meu.Não foi esse o compromisso assumido.Muito tempo se passou e agora, ao olhar pra trás, eu me pergunto: O que eu fiz com tantos anos, se não os vejo ao olhar pra trás?Vejo sim o vazio apavorante, a dúvida, a completa estupefação diante do que parecia tudo e agora, é nada!Besteira, todo mundo já disse isso, já disseram tudo o que eu gostaria de ouvir, e não adiantou.Disseram também tanta droga que eu imaginei a felicidade da audição seletiva, mas era inevitável ouvir aquela porcaria, sendo pessimista e masoquista.Só guardo tranqueira no meu quarto, e nisso vê coerência a minha mente patética,daí guarda tranqueira inútil também.
Fotos, ursinhos,perfumes acabados - que agora fedem,por que o cheiro do passado às vezes é cadavérico-, presentes que não servem pro lixo,muito menos pro MEU presente.Cartinhas?Hipocrisia registrada em cartório, autenticada sem custas, sem sustos, mas com imenso e infindo desgosto.Penso que nossos pais deveriam guardar suas cartas de amor, primeiro por que as árvores não mereciam essa morte vã, tola,inútil.Teleologicamente seria profano inutilizar uma árvore em nome de uma carta de amor moderinho.Mas, ainda assim, nossos pais deveriam deixar à mostra, como deixam hoje em dia as revistinhas de sacanagem( e o que é sacanagem de verdade nesse país de hipócritas em demasia e Hipócrates com hemiplegias?).Meu testamento mesmo conterá algumas dessas cartas, só assim deixaremos verdadeiramente um legado útil e sincero a nossos vindouros artífices da vida amorosa que é sempre a mesma lamúria.Se nada der certo, fique rico, beba champagne e contrate uma aprendiz de perfeitinha, a preços razoáveis.Se mesmo assim não for feliz, ao menos terá a ilusão mais perfeita, no menor tempo possível, e mais barata de todos os tempos, o que vai ser o melhor investimento de sua vida em se tratando de controlar o impossível, e ser feliz eternamente...Assim sendo, ao casal que foi: Adeus; ao que virá: Adeus também!No menos, ou no mais, que seja eterno até que a morte, o adultério ou a mesmice pouco compensatória pecuniária e socialmente os separe.

É!Me pergunto se há, verdadeiramente, algo de genuinamente novo debaixo do sol, principalmente quando penso nos dias cinzentos, nos quais até mesmo uma simples estrela parece ser artigo de luxo...Mas continuo crendo ser preciso gerar um caos dentro de si para dar à luz uma estrela bailarina*.

Ecce Homo,


Raoni Costa - R!
 


* F.Nietzsche - Also Sprach Zarathustra.









segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Breve Ensaio Sobre A Mulher Perfeita


 Eles costumam chamar de impossível aquilo que nunca viram alguém fazer antes...

 - Eu fui antecedido em meus planos ao adentrar a terra. Tive por castigo antepassado uma sina que considero complexa: Eu busco a mulher ideal!Observe bem que não disse buscar, em momento algum, a mulher perfeita. Mesmo por quê, a mulher perfeita é a que se mostra ideal, e colocando em termos gerais, a perfeição me sairia a descontento, já que estou bem distante do mérito da perfeição.
Meus confrades percebem na minha parca definição de mulher ideal um raro caso de machismo radicalizado em aspirações impossíveis, deméritas, ou inalcançáveis embora gratificantes (E dessa forma mais parecem machistas que eu).
Ora, que absurdo!Nunca deixei claro que a única virtude de uma mulher fora trazer à luz este que vos escreve pensamentos tolos e meditações vãs.
Eu que só queria um amor de filmes piegas, de romances armados nos quais o final é sempre eterno, bom e previsível; e eu que só me deparei com erros e tropeços já tão crassos, já tão combalidos na esfera da mediocridade criativa do comportamento masculino. Meu Deus! Eu entrei no rol do senso comum!
Senso de justiça me ocorre agora, porque os mocinhos de filmes eram quase sempre românticos, atenciosos, dedicados e abnegados em seus amores platônicos. Eu já faço a linha velho oeste. Não seria piegas em dizer que os brutos também amam, pois reconheço a sensibilidade de minha alma, de meu sentimento quase tremulante...
Sou chato, disso tenho razoável compreensão. Mas sabem que não me incomoda a aceitação dessa alcunha insigne?Sou admirável e carismático do meu jeito.Claro!Pretendo mudar, mas não por um amor eterno que se acaba em anos nos braços de um outro qualquer, gatuno da vida, que retirou de mim o 3X4 do meu álbum de retalhos emocionais.
Não era esse o meu plano de vida, mas todo mundo precisa de seus castigos, suas provas, seus espelhos morais e desafios. Aquele que não tem frustrações que morra agora ou sorria para sempre.Só fui mais uma vítima dos fatos, dos sonhos e das criações: Mentais,de infância,de mercado,etc.
Vou processar Hollywood por ter criado um mundo do qual me apoderei em mente e coração, só por esse mundo ser uma mentira perfeitamente agradável que convence a todos os neófitos do amor?Mais fácil culpar meus pais, que em vez de me proibirem os filmes educativos de nível superior (adultos, eróticos,pornográficos, que seja!), deveriam é ter vedado expressamente essa balbúrdia emocional que causa na mente de uma pobre criança a doce ilusão do amor perfeito, e de que tudo ao final acaba bem. Mas não, eles precisavam mentir pra não me chocar, não transgredir as normas, não causar perversões ou constrangimentos sociais desnecessários por excesso de informação e maturidade do filho pródigo. Era preciso acreditar em cegonhas que nunca existiram, em casamentos que nunca deram certo, em sorrisos eternos que nunca permaneceram, e tantas outras ideações surreais do imaginário dos antigos, tradicionalistas e saudosos.
Sexo mesmo só escondido, errado, pecaminoso. Mas foi assim que nasci, e é assim que pretendo enxergar o caminho pelo qual trarei meu filho ao mundo real. Pensando melhor, talvez eu use essa falha humana,  anatômica e biologicamente sustentável, pra dizer a ele que realmente já nasceu do pecado, em pecado, para o pecado. Minha culpa,minha máxima culpa!
Quero colo, mas não vou fugir de casa, nem pretendo dormir em albergues, principalmente tendo deixado num passado anuviado a juventude que não me pertencia ( se minha fosse, ainda estaria em meu poder).Lógica triste e temerária do homem cheio de si e vazio dos outros. Um dia ele acaba é de saco cheio de si, em vez de inebriar-se de egolatria. Criemos a egolatrina.
Quero uma “mãemorada”(nada de incesto,insisto). Já ouviram esse (pretenso) adjetivo, que pretendo substantivar?Eu creio e preciso do impossível, e da graça divina pra concessões imerecidas. Eu quero e preciso da mulher amada, da mulher Amélia, da saudade encantada das ninfas de fato, e de direito. Quero muito mais que pensar,desejar, ou pedir aos céus uma simples companheira, uma doce e discreta aventureira, uma razão pra acordar ao lado e sorrir ao alto. Quero uma mulher saudável,mas que aprecie as boas porcarias nos momentos certos. Quero uma mulher forte, mas que sua força seja delicada e bem direcionada contra os outros, não mais contra mim. Quero a inteligência que não seja tamanha a ponto de fazê-la perceber que inteligente mesmo é sair de perto de mim. Quero sim a abnegada que encare o desafio de me fazer mais gente, de misturar meus ânimos, manias, sistemas e não explodir tudo com erros nos reagentes. Quero a boa de cama,mesa e banho (pode ser aos sábados, desde que não comprometa a pureza do olor labial inferior).

Pro inferno com as perfeitinhas, eu quero é a realidade do meu mundo, muito mais nobre em seus princípios. Chegando a hora de prestar contas ao sono eterno, ou mesmo ao purgatório, que mais valha a solidão dos comedidos ante a desilusão dos moderninhos de meia boca. Quem disse que meu desejo é sua perfeição?Bastar-me-ia um mísero átimo de personalismo que exalo em silêncio diante da idiotia conjuntural de meu século. Sou boçal, antiquado e empedernido, mas hipocrisia, devassidão e sonsice não perfazem meu perfil de amor-perfeito, muito menos as metades caras da nova geração, vendendo sonhos de serem o país das maravilhas, sem serem sequer Alice!


Permanecendo no melhor dos meus dias, atravessando as fronteiras malditas do pensamento, vou findando textos que só ensejam um início, vou sobrevivendo em meio ao interstício do viver...Como se fora prólogo, monólogo de um texto infindo que mal comecei a escrever. Esse é o melhor orquidário do meu jardim, perfazendo o antes, o depois, o agora e jamais o óbvio; não mais o fim que almejo, mas tão só o fim que vejo e prescrevo neste exato ínterim. 


Satisfatoriamente inconcluso nos autos da vida profana, prossigo a história no próximo ato.


Fraternos Abraços,


R!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A difícil arte de ser um idiota perfeito



A primeira lição: Olhe no espelho,bem no fundo,encare seu reflexo.Sim!Vai doer!Sabe o que mais?Ser idiota é a moda mais cretina, é o vestido de noiva do dia mais especial de sua vida,mas é alugado, é simplesmente um repertório comum com uma vigência tão real quanto a suposta eternidade do amor que prometemos um ao outro.É isso aí, somos politizados em nossos enlaces matrimoniais.Claro que há exceções,mas não vivo de modo cortês a me contentar com aquilo que pressuponho irreal,mas desejo intensamente no mais fundo de mim: Amores eternos, que não sejam declináveis.
Desde que inventaram as explicações, os motivos, as justificativas infindas, e o egoísmo, nenhum casal atingiu anos dourados distante da dogmática insígnia do Falcão Inconsolável: Duas coisas sustentam o casamento hoje em dia: A igreja e o adultério!
Verdade ou mito, a igreja já não produz mais santos como antigamente, e nunca houve tantas almas perdidas a caminho do paraíso inominado.Melhor que isso é percebermos as infindáveis promessas de amor, de casamento, de filhos e familia feliz.Já não vislumbro essa imagem nem mesmo em comerciais de margarina, ou  creme dental.Agora a onda é de cevada, e a saúde ideal deixou de lado o tanquinho de lavar roupa em nome do sex appeal dos novos obesos...E o que isso tem a ver com a idiotice?
Nada!Eu só queria deixar de lado tudo o que deveria dizer como abre-alas do meu discurso sobre a idiotia saudável e a idiotice contestável em sua origem e em seus fins.
Sorria,você está sendo observado!A ideia é perfeita: Pensar o menos possível, compreender o máximo, ser quase incrível.Mestres orientais diziam isso, e agora muito se tem estudado em nome da contestação desse fogo-fátuo que é nosso imenso saber racional.Sim, senhores, precisamos pensar menos em tudo o que é desnecessário, e assim sendo,nos tornaremos idiotas, mas idiotas saudáveis,e até idiotas felizes...Não seria ótimo?Ah!Está pensando sobre...O teste obteve êxito.Mais um contestador que prefere a razão sobre os fatos à felicidade sobre os sentidos reais de sua existência.Mais um deixado pra trás a mergulhar da imensa ilha de amarguras e certezas inúteis.Mais um perdido que de tanto buscar porquês viveu a vida inteira dizendo: E agora?Vou comer lentamente meu conhecimento insuportável, ou deveria simplesmente me sustentar de respostas pessoais diante da vida quase efêmera e abjeta que vou projetando em meu redor?
Como disse Andrew Wiles, acho que vou parar por aqui...Meu silêncio deve ser mais útil e expressivo que esse volumoso frêmito de estandartes da vaidade, da ânsia e da inquietude de meu coração desapegado ao bem-estar, mas condicionado à saudade eventual de uma certa paixão que não se apaga.Certo estava o poeta, ao dizer que a maior ilusão é fugir do passado buscando no futuro a sua imagem a todo instante...Não era exatamente isso, mas preciso impor minha insígnia e me sentir um pouco mais perto dos que se foram, e por isso titubeio em relação ao dito textual de Mário Quintana, pra ludibriar a mente e transformar em eufemismos herméticos a verdade mais simples e tola que um homem como eu poderia dizer em apenas algumas palavras...Mas isso seria um insulto ao meu zelo e uma inverídica forma de tornar minha história pérfida, simplória e pouco interessante num imenso mar de alegrias, mesmo tendo por fundo a escuridão gélida de uma região abissal, que é meu coração pensante e quase errante em suas razões ignóbeis.
Agora eu já sei da onda que se ergueu no mar...E sei por que você se foi, mas não deixarei de ouvir meu nome, tampouco a saudade será extinta, só que a vida será leve, razoável e verdadeira, com dor ou medo, alegrias ou lágrimas, eu terei em mim a infinita e cômoda certeza de um dia te re-encontar em meio a minha paz interior, talvez pelo nome de Amor,quiçá de Paz,ou por sorte Plenitude!Sempre esteve aqui, nunca do outro lado, mas os maiores abismos estão nos mais próximos olhares!É esse o verdadeiro segredo do idiota feliz que ri das próprias tristezas, ao contrário do idiota que eu fora, percorrendo a estrada das tristezas na velocidade eufórica de minhas lágrimas pesadas, tão pesadas quanto a minha alma em fuga, correndo da felicidade e indo ao encontro do fim...Fim!

My beloved bedroom, wednesday, february,10, 2010

R!