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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Dilema das Promessas de Amor à Luz do Direito e a Balança da Justiça







Eu hoje pensei: Que grande sacanagem a pessoa que eu pensava ser o amor da minha vida, a menina do porta-retratos que os netos veriam, a certeza de acordar com um sorriso e um modo delicado, carinhoso e único...Que grande sacanagem ela dizer que ficaria comigo pra sempre.Deveria ser ilegal essa construção frasal!
Bom!Eu repensei minha lógica à luz das relações civis e compreendo que no contrato a exegese, a hermenêutica, a natureza normogenética conduzem a dois pontos de vista, a saber:

Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.

Isso a isenta de responsabilidade, dadas as dificuldades do caso concreto.

Agora, inegável é que:

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

De tal forma, isso a vincula aos postulados constitucionais, como vetores axiológicos de uma relação que tendia a exigir, tão somente, a cláusula geral de tutela da pessoa humana, ou seja, a dignidade do mínimo existencial, o direito à busca da felicidade consubstanciada no núcleo social mínimo, amparada pela perene necessidade de amor, paz e completude.

Melhor seria a interdição deste pródigo emocional, que dilapidou seu patrimônio de crenças e agora adota a Teoria da Penetração: Desconsidera personalidade e incide sobre o patrimônio.

Melhor ainda seria focar na pessoa certa e, por isso mesmo, chegar à conclusão de que: Investir na pessoa certa é buscar o amor em si mesmo, e não mais no outro. Mude, mas jamais o outro!


Ecce Opus!


Raoni C.Costa 

Saber, ou não saber?Ambos!Sublimar é a resposta!




O que saber agora?De que adianta saber alguma coisa, se o conhecimento de três décadas somado a tantos milênios ainda me faz cair nos mesmos calabouços, tropeçar nos mesmos versos fugidios e cansados da vida a dois? Quisera eu saber tão pouco, talvez assim o zero somasse à direita do amor e não à esquerda da razão!
Agora todos os medos de consomem e sorriem à distância, restando tão somente a solidão!Sim!Por cada vontade de razão, sentimento de verdade ou sensação de coragem desapegada rumo ao nosso fim; por tudo isso tomamos coragem, em nome dos nossos egos, ciúmes e possessões e deixamos o mundo nosso, o imperfeito e divergente mundo nosso de cada dia...Para trás!Agora o medo é moda, a roda toda se abeira aos vestígios do amor que foi, da mágoa que surgiu, dos montes de promessas, palavras e atitudes desconexas de quem vive na paixão. Sim!Agora conseguimos ser paradoxais e o pra sempre mudou, agora é nunca mais!Porcaria!Por que fomos amar tanto e fazer tão pouco, deixar planos de lado e entregar nas mãos alheias nosso maior presente?Quanta incongruência!
O mundo nunca é o mesmo do dia anterior e parece corriqueiro andar por ruas habituais, sentir aromas eventuais e persistir, estático, no universo do meu pensamento, a procurar a imagem que falta do quadro comum de nossas vidas: Você! 
Não!Aqui o discurso deve ser diferente, porque ninguém quer ler o amor alheio, mormente o que se foi sem saber-se certo, concreto e legítimo. Ora!O que buscam os leitores além de lamúrias com temperado sarcasmo?Desgraça alheia é alimento desde Schopenhauer. Dizer a verdade que pode habitar no outro, sem censura, sem postura, com estilo ou bela moldura, sim, corresponde ao anseio geral. Todo mundo é um pouco curioso, só alguns são totalmente!É preciso ver no outro um tantinho de simplicidade e mesmice, mesmo buscando na mesmice a criatividade que torna a história de cada um, mesmo tendo o mesmo enredo, um algo diferente a ponto de fazer a multidão sorrir, chorar, pensar...E tudo com base no mesmo início, no mesmo fim!Eterno amor, eternas juras, mas, para quem tem tudo isso, ora, desnecessário e pobre é jurar.Eternidade?Se viveremos mesmo pra sempre, menor ainda a necessidade de projetar o óbvio perene.E se não existir o tal eterno?Tanto faz!Já nos jogamos pela estrada bem antes do meio do caminho...E nada de encontrarmos um tal caminho do meio.
Vou caminhar pelo jardim de heras, encontrar as ninfas a questionarem sob o umbral dos tempos:
O que o traz aqui?Qual o seu real desejo?
Enfim, direi: Aqui?A louca ideia de conhecer pessoas interessantes, aprender coisas novas, encontrar valor em pequenos gestos, diálogos sinceros, completa sinceridade entre perfeitos estranhos...Não busco mais um grande amor, muito menos sexo; talvez esquecer o mundo daqui e simplesmente observar o mundo que talvez exista aí!

Está consumado, nobres leitores.Êxito em poucos verbetes!

Raoni C.Costa