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domingo, 4 de dezembro de 2011

Simples Assim!






E no começo a vida era imensamente fácil, até dava vontade de dizer que Deus estava de férias e tinha se esquecido do mundo como sala de aula dos alunos rebeldes que insistem em não passar de ano. Por fim, parecia leve demais, bom demais, infante demais. E quem disse que a gnte não cresce mesmo às duras penas?Antigamente a vida era outra coisa; agora tudo ficou sério e passa mais rápido do que eu gostaria. Sabe que às  vezes até demora demais?!Longos anos, longas tarefas... Curto tempo e mínimas expectativas. Antigamente eu queria viver por 100 anos, e agora a sombra de mais 30 (com boa vontade e na esperança de nem ser tão horrível o final da velhice que rima com hospital e sandice) já me cansa só em pensar. Dá desânimo olhar pra frente. É impensável e seria imprudente resolver olhar para trás com arrependimento, porque me arrependeria de tantas atitudes, de tanto silêncio mal resolvido... A sabedoria do tempo é um imperativo, é o que nos resta como fonte última das vaidades, do reconhecimento. Onde estive nos últimos decênios? Para onde irá o pensamento nos próximos? Perderei meus dentes? Melhor assim! O final é onipotente! Quem te priva de comer, beber, falar mal, dizer tudo o que pensa, incluindo os piores palavrões (li que atraem vibrações negativas, como li, também, que catarse explosiva inibe somatização de carcinomas) e ainda olhar com gosto para as coisas lindas que vão sendo criadas ao passar das eras? Ninguém! Assim era no começo, quando era criança e o shampoo ardia meus olhos; depois, o jeito simples de chamar por meus pais, e agora, com tantos ensinamentos e tão pouco tempo para aprender... É chegado o momento. Saudades existem para quem deixa mais no mundo do que leva em si mesmo, não é? Ninguém te disse que ao morrermos conquistamos o tão falado amor próprio? Ora! Qual seria a outra razão sensata e justa para que ninguém voltasse só pra dar um oi àqueles que tanto choraram, como as tormentosas chuvas de verão e...Tempos depois passaram a viver suas próprias vidas? Não há nada de errado nisso, como não há erro em deixar de lado tanto sentido. Gente velha precisa de sentido, gente mais velha ainda só precisa ser sentida e a gentinha que começa a engatinhar, do que precisa? Sorvete, tardes sem fim, primaveras e muitas, muitas férias além dos recreios, das festas e surpresas noturnas de pais culpados que insistem em mimar seus filhos frágeis para protegê-los do mundo severo.
Sim! Antigamente a vida era simples pra todo mundo, só era pior para quem já começou pelo fim! Nunca conheceu pessoas que já nasceram sofrendo, sem Danoninho, geleia de mocotó, carrinho elétrico e roupas de todas as cores? Minha massinha era perfumada, eu gostava de comer borracha, a chuva era sempre uma tormenta (não tanto pra mim quanto para os vizinhos de bairro, que tinham lixeiras-monstro derrubadas e poças de lama-cenários de guerra explodindo diante de seus portões); eu gostava do meu sapatinho preto com uniforme de militar mauricinho de gola! Sabe o que mais? Sinto saudades dos meus dois grandes amigos, meus dois grandes Gugu e Barney; sinto também que o tempo passou e nada foi bem como eu pensava, mas quem disse que eu tinha um barco conduzido por mim mesmo, traçando pequenas brumas e seguindo um norte inquestionavelmente definido? Ora! Sabe do que me lembro? Meu quarto era uma graça, todo acarpetado, com livros coloridos, capas em relevo, bichinhos, cama de madeira leve, travesseiro pra afundar a cara e me esconder do tal monstro que apareceria, se eu apagasse a luz, é certo! Estranho hoje eu pensar na ideia de dormir com a luz acesa. Lembrei até de um ursinho todo rasgado. Seria ele meu “Rosebud”? Jovem que lia Humberto de Campos aos 15; ouvia Nelson Gonçalves aos 16 e compreendia melhor Chopin ao escrever sonetos e choramingar no poente dominical por temer o lago que arde como fogo e enxofre e é a segunda morte. Meus grandes traumas não vieram de fora, meus grandes anseios eram a Academia Brasileira de Letras, ter uma namorada só minha pra fazer tudo o que via nas madrugadas do cine privé e, acreditem: ser um diplomata-poeta, como o fora o inigualável Poetinha!
Bons tempos de olhar nossos pais como eternos, sabedores de tudo, oráculos seculares; nossos avós como já tendo nascido daquele jeito, com rugas, modos lentos e setenta anos cada. A fragilidade é quase um castigo para quem se depara com o verbo crescer. Conjugue-o ou ele te devora!

É tudo o que tenho por hoje, o que me basta por cada dia!


Raoni C.Costa

Entrevista com o Poeta.


Obra: O Poeta Pobre (Carl Spitzweg)


Poeta, onde tu vives? Vivo na transição de um sistema confuso, entre a terceira nebulosa e o quadrante superior do espelho metafísico da região silenciosa. Habita em mim um caos e reluz a calmaria, pois nascido em berço esplêndido, sofrendo agruras, crescendo, na dor do parto do amadurecer, antes fora Maria, depois Ana, depois... Ora! Tanta nostalgia!
Estou cansado, cansado do mundo e de mim mesmo. Olhar no espelho é perceber o estranho que sempre me serviu de abrigo; medos? Tenho-os todos, mas a coragem é espasmódica, vindo em surtos, como vêm os amores brutos. Quem sou eu, poeta, pergunto a mim; quem és tu, profeta, que te calas ao nascer da consciência e nos julga ao prenunciar do fim? Sejamos fé, tão pouco a ira nos seja tão persistente. Antigamente eu era qualquer um, algum José; hoje nenhum florim, xelim, ou mesmo valor qualquer! Sou o poeta das duas faces, das mil facetas, dos tamborins (ou tamboretes?) ao pé do sofá, como criança a comer jujuba antes mesmo de almoçar. Esse sou eu, em nada sendo. E você, quem é? Um nome, um encargo, ou vosso título, ou até mesmo o tal gordo, o magro, o irritadinho... Até o gago!?Quem somos, se nada podemos mudar e ainda sequer descobrimos quem havemos de ser? Prefiro a poesia da transição, do equilíbrio das profusões. Pretendo expor Dali a Parnaso sem qualquer dissensão.
Meu mundo nunca se traduziu em resposta, entretanto nunca busquei formular as perguntas certas. Meu papel é deixar as cores misturadas, formando desenhos em aquarelas alheias; sou mesquinho, pequeno e ranzinza, mas não me esqueço de dar ao imenso verso o meu pequeno mundo, e nesse mundo o ‘eu’ disperso de cada um que lê, certamente, em meio ao indignar da crítica, reconhece um pouco do melhor de si em meu imenso mar de sentidos, de céu, de inferno, de ar e areia. Desse modo podem até me esquecer, mas lembrando de si mesmos e mesmo me odiando, por verem em mim o reflexo de vosso ser, certamente dói mais em nós o crescer do que em mim, pessoalmente, a tristeza de ver em minha poesia as verdades escondidas do seu desprazer. Entretanto é como sempre tem sido: em cada pouco um pouco mais belo, em cada elo um desatar de lágrimas e medos sem fim. O sentido poético é antítese, é provar o patético sobre forma adornada, dizendo do fim por inigualável parábola; mostrando a beleza da alma na forma e a escuridão essencial que habita o conteúdo; é, por vezes, fazer-se tolo, é, em outras conclamar a todos sua presença em festa e, num instante mudo, cadenciar sutilmente a inexistência do bolo. Eis o que há de melhor e pior em nós! Eis o que há para dizer ao fim do rodapé, sendo o pouco que temos, só para começar.
Hoje minha pretensão é só não ter pretensão. Hoje só quero viver tudo o que gostaria de ter vivido ao olhar para trás, quando sutilmente chegar o amanhã!
Plenitude, silêncio e completude!        


Raoni C.Costa                                                                                                  N.I. 4/12/11

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Dilema das Promessas de Amor à Luz do Direito e a Balança da Justiça







Eu hoje pensei: Que grande sacanagem a pessoa que eu pensava ser o amor da minha vida, a menina do porta-retratos que os netos veriam, a certeza de acordar com um sorriso e um modo delicado, carinhoso e único...Que grande sacanagem ela dizer que ficaria comigo pra sempre.Deveria ser ilegal essa construção frasal!
Bom!Eu repensei minha lógica à luz das relações civis e compreendo que no contrato a exegese, a hermenêutica, a natureza normogenética conduzem a dois pontos de vista, a saber:

Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.

Isso a isenta de responsabilidade, dadas as dificuldades do caso concreto.

Agora, inegável é que:

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

De tal forma, isso a vincula aos postulados constitucionais, como vetores axiológicos de uma relação que tendia a exigir, tão somente, a cláusula geral de tutela da pessoa humana, ou seja, a dignidade do mínimo existencial, o direito à busca da felicidade consubstanciada no núcleo social mínimo, amparada pela perene necessidade de amor, paz e completude.

Melhor seria a interdição deste pródigo emocional, que dilapidou seu patrimônio de crenças e agora adota a Teoria da Penetração: Desconsidera personalidade e incide sobre o patrimônio.

Melhor ainda seria focar na pessoa certa e, por isso mesmo, chegar à conclusão de que: Investir na pessoa certa é buscar o amor em si mesmo, e não mais no outro. Mude, mas jamais o outro!


Ecce Opus!


Raoni C.Costa 

Saber, ou não saber?Ambos!Sublimar é a resposta!




O que saber agora?De que adianta saber alguma coisa, se o conhecimento de três décadas somado a tantos milênios ainda me faz cair nos mesmos calabouços, tropeçar nos mesmos versos fugidios e cansados da vida a dois? Quisera eu saber tão pouco, talvez assim o zero somasse à direita do amor e não à esquerda da razão!
Agora todos os medos de consomem e sorriem à distância, restando tão somente a solidão!Sim!Por cada vontade de razão, sentimento de verdade ou sensação de coragem desapegada rumo ao nosso fim; por tudo isso tomamos coragem, em nome dos nossos egos, ciúmes e possessões e deixamos o mundo nosso, o imperfeito e divergente mundo nosso de cada dia...Para trás!Agora o medo é moda, a roda toda se abeira aos vestígios do amor que foi, da mágoa que surgiu, dos montes de promessas, palavras e atitudes desconexas de quem vive na paixão. Sim!Agora conseguimos ser paradoxais e o pra sempre mudou, agora é nunca mais!Porcaria!Por que fomos amar tanto e fazer tão pouco, deixar planos de lado e entregar nas mãos alheias nosso maior presente?Quanta incongruência!
O mundo nunca é o mesmo do dia anterior e parece corriqueiro andar por ruas habituais, sentir aromas eventuais e persistir, estático, no universo do meu pensamento, a procurar a imagem que falta do quadro comum de nossas vidas: Você! 
Não!Aqui o discurso deve ser diferente, porque ninguém quer ler o amor alheio, mormente o que se foi sem saber-se certo, concreto e legítimo. Ora!O que buscam os leitores além de lamúrias com temperado sarcasmo?Desgraça alheia é alimento desde Schopenhauer. Dizer a verdade que pode habitar no outro, sem censura, sem postura, com estilo ou bela moldura, sim, corresponde ao anseio geral. Todo mundo é um pouco curioso, só alguns são totalmente!É preciso ver no outro um tantinho de simplicidade e mesmice, mesmo buscando na mesmice a criatividade que torna a história de cada um, mesmo tendo o mesmo enredo, um algo diferente a ponto de fazer a multidão sorrir, chorar, pensar...E tudo com base no mesmo início, no mesmo fim!Eterno amor, eternas juras, mas, para quem tem tudo isso, ora, desnecessário e pobre é jurar.Eternidade?Se viveremos mesmo pra sempre, menor ainda a necessidade de projetar o óbvio perene.E se não existir o tal eterno?Tanto faz!Já nos jogamos pela estrada bem antes do meio do caminho...E nada de encontrarmos um tal caminho do meio.
Vou caminhar pelo jardim de heras, encontrar as ninfas a questionarem sob o umbral dos tempos:
O que o traz aqui?Qual o seu real desejo?
Enfim, direi: Aqui?A louca ideia de conhecer pessoas interessantes, aprender coisas novas, encontrar valor em pequenos gestos, diálogos sinceros, completa sinceridade entre perfeitos estranhos...Não busco mais um grande amor, muito menos sexo; talvez esquecer o mundo daqui e simplesmente observar o mundo que talvez exista aí!

Está consumado, nobres leitores.Êxito em poucos verbetes!

Raoni C.Costa

domingo, 23 de outubro de 2011

Sugestões para mim mesmo!








Acima de tudo, um sonhador com pés descalços.É o momento de construirmos com firmeza uma sociedade verdadeiramente envolta em valores sociais e humanos, como trabalho digno, liberdade consciente,cidadania e exercício regular de direitos e deveres.Acredito no potencial humano, e no trabalho realizado em conjunto.Trabalho,Justiça e Valor.Exercícios diários e imprescindíveis aos pretensos agentes políticos e sociais do tempo que surge, deficiente em suporte familiar,humanitário,social e mesmo pessoal.Falta a nós, jovens, um pouco da sabedoria deixada pra trás não mais como relíquia, mas como artigo esgotado e obsoleto nas prateleiras da vida.E vejo nisso um resgate do respeito merecidamente devido aos nossos velhos.Falta a nós, velhos descrentes do idealismo de realização, de ação, de formação moral, a consciência caridosa em relação ao jovem deixado pra trás no percurso da vida adulta.Falta a nós a maturidade aliada à pureza de sentidos e sonhos daqueles que serão os mentores de nosso cenário vindouro.É preciso e premente resgatar a vivacidade, a alegria e a singularidade dos jovens, e ninguém está velho demais pra isso.
Filhos e filhas da Nação Brasil, orgulho e lágrimas são componentes de um povo que busca vitórias.Sabedoria e busca dos meios pacíficos de composição dos conflitos são mecanismos de fomento à concretização de ideais maiores, em nome de uma democracia revivida em esplendorosa justiça, em verdadeira paz, em concreto sentido de realização.
Caminhemos, com disciplina,honra e força, trazendo nas mãos, em cada uma delas, as insígnias da vitória, por sabermos que, de um lado insurge a justa concepção do Direito, como a arte do bom e do justo, e do outro a Política, filha da moral e da razão.Assim surgiram grandes nações, assim seguiremos fortes em conquistas,ordem e progresso, à cidade e ao mundo.Assim seja,para todo o sempre!

Raoni C. Costa.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Unsorted Thoughts!Algo assim, sem mais, sem menos, tão comum a todos nós!



Achei essa mensagem convidativa, mas nada combinando com meu dia.Aqui dentro  habita a tempestade, mas ela começa a ceder diante dos raios de sol dessa tarde linda! Por óbvio ela transmite uma certa lamentação, mas também a força necessária diante das vicissitudes 'hebdomadárias'!A quem me refiro?Tanto faz!À tarde, à frase...A verdade é que o mundo realmente é um construção, um modo de olhar, uma percepção interior que se projeta mutatis mutantis, no multiverso de nossa pequena fábrica de novidades fundamentais de cada dia!  
        Independência ou morte?Liberdade ainda que tardia?

Nada melhor do que não fazer nada...Mas a negação da negação é uma afirmação.Cabe matemática na vida?Em qual parte dela não caberia?Sei lá!Tudo é assim, de um jeito estranho, por vezes difícil, em outras surge como que ridiculamente simplório. Mendigos nada fazem,e deve ser difícil fazer nada!Alguns pensam ser mera conveniência e oportunidade, como um ato discricionário do livre arbítrio concedido ao homem-servidor pelo Deus-Estado.
Meditar é silenciar a mente e viver é se sentir completo. O conteúdo e o continente, o homem em estado meditativo que se aprofunda em sua riqueza; ficar rico para doar tudo e ser feliz; ser feliz com o que se tem, mas não valendo essa regra para a pobreza. Mesquinho não divide, mas quem divide pobreza é cruel!Mundo confuso, mundo obtuso, mundo perfeito, porque não tem fim, mas tem morte, embora tenha rima que a mim importe: rima com defeito!É rarefeito o entendimento acerca de minha sorte!
Vamos falar do que importa, do meu dia simples de um jovem complicado: Café!Arábica do Paraguai, com deliciosos pães-de-queijo!Sobrecarga de canela, isso é bem verdade.Alguém precisa avisar ao povo sobre isso!Equilíbrio é o segredo não só da vida, mas também do paladar da existência! O ponto alto fora o aroma perfeito do café no fim da tarde, mas não posso deixar de reconhecer a maravilha e o poder de um macarrão com camarão, mariscos, alcaparras, queijo e...Azeite?Croutons...Gorgonzola!!!"God Save the Brie"!
Por favor, mon petit, descole um nome charmoso e criativo para o bendito bolo de aipim coberto com leite condensado, ele merece! A casa agradece uma água com gás logo após, certamente!É o refino do requinte domiciliar a curto prazo, eu afirmo, senhores!
Algo mais?Sim! A facilidade graciosa de aproveitar os melhores momentos da vida de um filho único criado a danoninho e geleia de mocotó Colombo, que tem por longo hábito a leitura instrutiva de banheiro!Hoje eu posso ler o mundo em poucos atos, e ouvindo Ella Fitzgerald cantando Jobim, ou mesmo Adele; estudando direito empresarial ou encontrando um dos difíceis erros do jogo dos sete erros da coquetel. Gosto disso!Entendo até os progressos, da futilidade do Tablet, à inovação do bidê de mão; os sabonetes esfoliantes, as mulheres machistas com seus amantes...Mas sinto falta do meu passado mais preto e branco e menos colorido.E sem essa de preconceito, porque estou na pior classe, a classe dos 'sem lei que os ampare'.Vivo entre os extremos, sou bipolar por aculturação, a saber:
Remanesço da década perdida, não consegui viver os anos dourados, nem aproveitei as facilidades da era digital quando jovem; hoje não me enquadro nos perfil, sou velho demais para ser novo, sou novo demais para ser velho; minha deficiência virou moda e minha moda é somatizar a Síndrome de Davi, embora adore Caravaggio. No meu tempo as mulheres só conspiravam, no passado mais remoto só teorizavam em devaneios literários e agora, quando da modernidade, eu estou perdido, mas tudo bem!Elas também estão!Continuam sem ser entendidas...Há homens mais femininos, há meninas que preferem meninas e ainda persiste o 'machismo' do homem que paga a conta(dispenso e critico: Ou assumem a modernidade por completo, ou sem isso de retroatividade benéfica, com reformatio in pejus para nós, os sem direito!), em meio ao confuso mundo dos papéis invertidos, dos excessos legislativos, os recessos e paliativos e da pouca margem aos preservativos...Eu, expatriado dos mimos maternos e rabugento,  ainda chego ao fim desse texto entendendo por que pedimos liberdade e independência, pra depois reclamarmos da prisão interior, da solidão e da carência. E sem essa do Caminho de Santiago, porque eu vou mesmo é descobrir tudo isso a caminho do Raoni que há em mim!
E tudo isso porque disseram que era preciso pensar muito; depois, que melhor seria pensar de menos e observar de forma consciente; daí, meditar era adquirir sabedoria e só estudar era sinal de ensandecimento; nada fazer sendo rico era profundo, fazer nada sendo pobre era absurdo; trabalhar ao extremo era remédio para a depressão e a cura dos males era parar, dar um tempo e olhar pro próprio mundo. E isso não seria egoísmo?Sei lá!Desabafo, retenção, adotar a filosofia do surdo-mudo ou treinar catarse contra a somatização do carcinoma?Sei menos ainda! Só sei mesmo é que quem muito filosofa pouco pratica e quem muito arrisca, seguindo quase nada à risca, está mais 'pra inconsequente, impulsivo ou coisa que assim se defina. Assim é que a vida passa, segue o relógio o dia inteiro, entre o salmão, o estreito beco, o saudosismo, a crise existencial, a saudade do que nunca vivi, uma imagem de normalista menina que cresce messalina, o casuísmo da religião, o carma da ilusão, a dosagem homeopática da alegria, a sobrecarga exegética acerca da melancolia e a lição final do agnus dei: Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei!


R!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sotsopo, o prosaico contemporâneo!



   Existe uma diferença entre reconhecer o erro e se deixar agredir por conta dele. Lembro bem que a maior causa de brigas e insatisfação era o fato de Raoni nunca reconhecer um erro.Raoni não reconhecia erros, mas um dia, de tanto ouvir a namorada, de tanto errar, resolveu pensar com mais afinco. Pensou, e resolveu que mudar era mesmo o melhor. Não adiantou, porque agora o problema era ele só reconhecer e não praticar.Além disso, havia nele algo insuportável: egoísmo!Isso era imperdoável.Mesquinharia?Nossa!Questão de centavos e presentes baratos eram a regra.Tudo isso era imperdoável, e mais os outros erros, pronto!Estava formado o imperfeito por excelência!
Lembro que as coisas começaram a mudar e, quando isso ocorre, a esperança é agradável e animadora. Claro!Sendo o defeito do Raoni a causa dos problemas,das tristezas e da infelicidade do relacionamento, e agora ele querendo mudar, o que poderia haver de errado, de negativo, de mais difícil do que antes, quando ele nada reconhecia?
Acontece que quando um se cala o outro grita, e não há verdadeiro perdão quando se paga o mau com o mau. A lei do retorno é uma constante, e assim deve ser, mas a mesma mão que foi ferida, quando fere, até se sente aliviada, só que naquele momento ela já recebeu o seu prêmio. Agora que um abriu o coração, o outro colocou ali a sua mágoa guardada; agora que um deixou de se exaltar, passou a ser humilhado. Agora era assim: Você vai saber o que eu senti de ruim, e saber que aquilo me fez tão mal que agora eu escolhi, ou me permiti ser igual àquela pessoa que eu detestava, fazendo muito do que já condenei e justificando um erro por outro erro. Agora, tudo mudou e quando você passar por tudo o que eu passei - ou quase tudo, mas sem que eu(a namorada) tenha consciência de estar fazendo isso-, sabe o que acontecerá?Você ficará igual a mim, você sentirá as mágoas, as dores, as inseguranças e o rancor que hoje me fazem ser tão insensível quanto você era, e ainda encontrar uma palavra de justificativa que me faça parecer eternamente injustiçada e constantemente credora implacável do tal Raoni. Errado uma vez, errado sempre.Depois que descobriram o ponto fraco do antes indiferente, quem passou a chorar e sentir a indiferença e o egoísmo não foi mais a namorada, foi ele. Sabe o que mais?Dizem que ela pensa em casamento. Qual o nome do casamento entre a revanche, a mágoa e o gênio colérico?Não sei, mas deve ser um amor tranquilo, respeitável e compreensivo, não é verdade?
 Em muitos momentos da vida é preciso parar para respirar, para esfriar os ânimos, para refletir com visão mais ampla , menos contaminada pelas emoções confusas, pelo hábito e pelos vícios do pensamento. Não se monta um quebra-cabeças com o relacionamento olhando unicamente para uma peça, ou responsabilizando uma única pessoa. 
Correr atrás?!Correr atrás pra brigar, pra apaziguar ou pra continuar com os mesmos modos, as mesmas bagunças mentais e os mesmos raciocínios? Correr atrás é provar que ama; mas amar é perdoar, ou nunca pedir perdão?É dar o bem sem olhar a quem, ou exigir uma troca silenciosa e comutativa?
Hoje, pra você, o meu único melhor é justamente aquilo que eu tenho de pior, ou será que ofender é aquela brincadeira sádica das crianças que dizem verdades com a maior naturalidade, sem percepção de dor alheia, de limites e respeito?As perguntas ficam, mas o casal não sabe mais se fica...Fica junto ou fica distante o bastante pra não errar de novo. É sempre assim, nascemos trocados, todo errados, tendo que nos afastar pra dizer que amamos e ficar próximos pra aprender o quão sincero é um olhar de ódio, de ira, de inconformidade. Às vezes é pra sempre, e em outras, é nunca mais. Eu muito velho, ranzinza e sistemático; você, muito nova, insatisfeita e impulsiva.Um com medo de rejuvenescer, e outro com medo de envelhecer, mas ambos evitando a maturidade. 
Meus defeitos?Obrigado!Sempre desejei um espelho que me afrontasse dia e noite, bem crítico, arrogante e sarcástico.Você?Certamente que odeia ironias, sarcasmo e mentiras.Mas quem melhor que uma a responder até o que não perguntamos e um que se cala quando vê e ouve as piores atrocidades morais que uma pessoa pode cometer, que não sejam o adultério?Vale tudo, exceto trair?Por que estamos juntos, tentamos no passado e pensamos no futuro com tanto medo de perder, se nada temos a ganhar além de liberdade, felicidade e um futuro bom? Quem dá tanta certeza disso?E se temos tanta convicção, por que o medo de seguir em frente? Hoje você não quer pensar, não quer refletir. Bem!Eu concordo que você não está querendo pensar na relação, embora queira respostas para o mal que habita em nós, mas dizer que não reflete, é dizer que não está se tornando um pouco do meu lado obscuro e criticado (por você!).
Nós conjugamos o verbo cansar, e passamos a amar a primeira pessoa...Era "EU" pra tudo, era "Nós" pra nada!"Nós" era só pra terminar!Uma letra separou a união, acrescentou o "N", de não, ao casar, e virou cansar! Hoje a gente não sabe mais o que fazer, e um fala muito, fala demais, até ser cansativo e perder o sentido e a plateia; outra, histriônica, prefere a intempestividade da empáfia, do repto acintoso, do ameaçar constante da ira e argúcia femininas.Só sei que quem odeia mentira não pode se dar sequer ao luxo de dizer que odeia quando ama, ou que prefere qualquer outro ao ser amado, só por raiva, ciúme ou coisa qualquer que retire a paz interior.
Luxo de menininhas o fato de não querer mais, e logo em seguida querer de novo. Luxo mesmo era quando inexistia caviar e todas aceitavam, em nome do amor, um singelo pão com ovo.Ah!Raoni!Essa conversa de novo?Então, falar de quê?Ou é sempre a mesma coisa e fica tudo um porre, ou fica impossível, porque a cada dia nosso pensamento muda, nossa rotina muda, nossa vida se agrava.Somos marcados pelas contradições, somos multipolares, cretinos cegos que detestam assumir erros e adoram gritar verdades.Ditamos o caminho do outro com tanta facilidade e impaciência, mas ficamos ali, parados, confundindo a busca da paz, pela independência, com a necessidade dos pais, de mimos e residência.Prazer, sou eu mesmo!Aquele que não se conhece, mas tem medo de deixar de ser quando mudar, se um dia mudar.Pior!Tenho medo também de não mudar!E você?Não precisa de mim pra nada, não ouve o que digo, rebate o que falo e discorda do meu jeito, mas agora diz que de mim depende a sua mudança, o seu melhor lado, o seu valor e a sua glória?Meu Deus!Dá mesmo mais trabalho não pensar do que pensar por horas no analista, no ashram ou na escola ultraespiritualista.
Concordo que pensar demais só atrapalha, mas pensar de menos é pior ainda. Ponto final é ótimo, mas quando passa do primeiro, a tendência é gerar reticências, e com elas não só a continuidade, mas também a dúvida. Sabe o que mais?Certeza mesmo só do fim, pois eternidade é uma promessa, mas assim mesmo eu prefiro acreditar que de tão contrários, de tão contraindicados, talvez, no nosso mundo de cabeça para baixo, invertido por vontade e imaturidade, as coisas acabem dando certo por linhas tortas! 


Assim seja!


R!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Mr.Monkey is not Lonely - Conselhos ao amigo macaco!

Mr. Monkey.


Não!Você não vai ficar aí pensando na vida!O que há?Está sem alguém que te ouça de verdade?E de mentira, não serve?Sinceramente a minha mentira talvez soe melhor aos seus ouvidos, caro amigo! Desânimo, tristeza, desilusão?Afinal, o que você quer, hein?Chega de interrogações.Compre suas bananas, vá para o Texas, se afogue em um bom dique frio e relaxe...Diga com calma: Never mind!Never mind!Never mind...E respire aliviado como um adúltero do tempo, com seu narguilé de cereja com creme. Às vezes eu tento te dizer tudo de novo, mas como você é teimoso. Nunca reparou que nossos pais deixaram um bilhete sobre a mesa antes de partirem?Nele havia tudo aquilo pelo qual passamos, com todos os detalhes, as ilusões, as mentiras, as ideias de mamute do deserto, os pensamentos criativos que se acham em qualquer esquina...Os amores, sim, os amores! Não era um simples bilhete, irmão macaco, era um receituário para as mesmices que a gente adora fazer.Ah!Como posso eu te censurar, se mesmo sabendo de tudo aquilo acabei fazendo como fizeram nossos pais. Espera: Macaco de imitação ou burro de carga das mágoas da estrada velha?Dá um tempo, vai com serenidade!Segue a tua vida e esquece aquela trilha de estrume. Já viu quantas flores nasceram sob o manto da tua vergonha e quantos arco-íris surgiram ao reflexo de suas lágrimas?Esqueça tudo isso de sofrimento e mausoléu de alma.Ainda há coelhinhas na páscoa, ninfas no verão, com seus fiapos de seda e pedacinhos do céu depravado de Baco sob o sol.Cara!Não seja bisonho. Não permita que ninguém possa te fazer chorar sem ser de alegria, de saudade e de amor pela vida. Não há isso de tempo, momento ou merecimento.Mereça o seu agora, mereça cada momento trágico que transforma em comédia, assim como cada aparente fracasso que consegue trazer em si mesmo uma proposta de mudar todo o seu desiderato. Esqueça, simplesmente esqueça.Não é coisa que o valha ocupar seu momento inimitável com ninharias que nem os pombos doentios notam. Migalhas não são poeira ao vento, são menos que isso.Quem te fez chegar à conclusão de que algo mais além de teu sucesso pode importar?Inimigo não tem sucesso, tem falácia. Seja cego, seja surdo, seja mudo, mas mude, estude e seja forte como o é meu pensamento, e nele eu me apego.
Sem isso de se esconder debaixo dos lençóis nas tardes de domingo. Caso queira, melhor se faz em dupla, beloved friend. C´est la vie. É agora o melhor amigo, o menor perigo, o teu inimaginável abrigo.Siga a dieta de Hollywood: Nada de culpas, muito de catarse, pouquíssima permissão ao superego -deixe ele de férias em Bora Bora-, e, principalmente, libere endorfina em combinação com a energia genésica vertiginosamente aplicada. Viva bem daí que eu te acompanho a cada passo, mas que fique claro: cada macaco no seu galho! Primeira regra: love was such an easy game to play and now a need a place to hide away não pode ser só uma letra...Sei que é meu antepassado, e por isso me preocupo, como um aprendiz messiânico, mas daí a massagear seu ego com os caprichos do paizão que não deseja ao filho sofrimento e acaba, por isso mesmo, causando ainda mais?Não, monkey! That´s all,  folks!Jamais sigamos o caminho alheio como receita de sucesso, se o sucesso é resultado de vontade, criatividade e dom. Ninguém cresce sob a sombra dos que permaneceram abaixo do ar mais puro. É preciso dizer que: I did it my way, mon petit primata! 
Agora levante, está na hora do voo para a Irlanda!São 2:22 a.m. Nesse momento o mundo inteiro silencia em contentamento por sua presença inesperada. Diga que não se importa, e só assim terá importância. Feche seus olhos para a mediocridade e abra sua psyché para o infinito pessoal que faz dos antes macacos agora ilustres membros de uma classe inigualável: Nós, os pequenos deuses das penas e dos delitos...E que assim seja, hoje e sempre!

Fraterno, justo e profundo saber,

 Raoni C.Costa.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Catarse...Ou simples palavras...



      E agora, José?No meio do caminho tinha uma pedra!Pense, José, pense! Nada melhor que o silêncio pra dizer tudo o que precisa ser dito.É preciso dizer tanta coisa, só por guardar no coração?
Quem disse que faz sentido?Sentidos, rumos, projetos,caminhos...Caminho de Santiago!E sem isso de bicicleta ou caminho mais curto, entendem?Por vezes se faz necessária essa faina prosaica -desculpem!Sempre imaginei usar essa junção em boa oportunidade e agora é o momento, pois só o agora é real! Quero também voar de balão pelos campos da Escócia, mas se não der, tudo bem!Ninguém disse que seria ruim passear pelos verdes prados da Suíça, ou saltar de uma ponte australiana em direção ao rio silencioso que esconde seus segredos dos turistas de passagem...E os desafios, para que servem, afinal, se não para trazerem sentido e sentimento à vida?Eu?Eu coluro, tu colores e eles insistem em deixar nossa aquarela mais triste, mais plúmbea, menos áurea. Alguém se lembra do seu dia de Van Gogh?Parece não fazer sentido esse recorte da minha alma, mas não preciso de sentido alheio além daquele que absorve alma, com calma, com dor, com sutileza e resoluções!É a arte que imprime sentido ou qualquer coisa que o valha.É esse o meu campo de centeio, é essa a plenitude do meu universo multifacetário. Medos?Tenho-os todos em mim, embora creia nas verdades que mitifico e nos ícones que destruo com os dedos. Sim!Meus dedos traduzem meu dom, e minha mente coaduna migalhas de estrelas que compõem as tormentas diluvianas e os prados verdes dos dias de sol. Quer melhor sensação do que estar no banco antigo da velha infância, observando o crepitar das folhas secas do outono, ao suave sibilo do vento que nos traz um legítimo noturno de Chopin?! Eu vos afirmo que nem só de Magritte viverá o homem, tampouco de Pollyanna Whittier! Ninguém de escuse de vivenciar momentos de um Caravaggio, muito menos se despeça da desonra da ira e da infantil passagem melanus coelius por sobre a fronte insípida, temerosa do espelho da alma desnuda em frente ao palco da vida!Cruel!Insano!Verdadeiro! Imprescindível é trazer em si a capacidade de enxergar o que ninguém mais consegue, ouvir o que ninguém mais quer e, finalmente, sentir verdadeiramente tudo aquilo que nos faz fortes, nobres e legítimos. Para o mais, que Darwin nos ajude e a seleção natural recaia sobre cada palavra insana, cada verso triste ou dístico interjeitivo anacoluto que venha a ser manifestado por alguma parca embebida em Schopenhauer, ainda é preciso muito clamar para ter em si o animus Hierophantes. Mas, onde estará a minha Dríade?Tempus Regit Actum...E assim sendo, Constumatum est...




Raoni C.Costa







segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

I Had a Dream, ou Parabéns ´pra Mim?


 Eu tive um sonho!
 Sonhei quem em uma mesma mesa, melhor seria a de jantar, estivessem unidos os filhos e filhas que, porventura, um dia fossem chamados meus; e com eles meus pais - sim, meus pais e até meus avós, ainda vivos em meus pensamentos -, amigos que o tempo levou, a mágoa afastou e a verdade mostrou. Nesse sonho eu tinha menos de sete anos, e havia começado a vida com boa parte das experiências que angariei com meus quase trinta janeiros - Nossa!Quando eu pensei e como era diferente naquele tempo de criança a ideia de ser adulto?! No meu sonho havia um final feliz com um começo cheio de realidade, da realidade que me fora privada por meus zelosos pais, temendo seu passado e, muito infelizmente, tenho certeza, não antevendo meu futuro. Pobres pais...Sonhei também que eram eles menos heróis do que imaginei em minha infância, menos cruéis do que pensei em minha juventude e menos findáveis do que constatei ao longo da vida! 
 No meu sonho não havia um pequeno príncipe, ou mesmo um palácio de Buda.No meu sonho o menino mimado com nome de índio não era criado sozinho, muito menos tendo tudo nas mãos e, certamente, nunca pensaria de forma tão egoísta; ele saberia dividir com amor, desapegar sem dor e acreditar em si mesmo tanto quanto em seu ego falido! No meu sonho também não havia o namorado teimoso, rabugento e  individualista que jamais aprendeu a conviver com diferenças, erros e defeitos!Não!No meu sonho eu jamais seria tão crítico com meus pais, amigos e amores, pra depois chegar à conclusão ridícula de ter sido tão cópia de meus pais quanto possível, tão equivocado e falho quanto meus amigos e mais ainda, tão incomensuravelmente complicado, difícil, temperamental e irresponsavelmente imutável quanto o amor do outro.
Nesse sonho, meus filhos não eram projeção de meus medos, crenças, defeitos, frustrações ou personalidade; no sonho eles eram meu oposto e por isso mesmo imensamente felizes, tranquilos, em paz e respeitosos para com todos - inclusive comigo! No meu sonho minhas receitas eram menos perfeitas ´pros outros e mais verdadeiras pra mim, e não era difícil envelhecer, afrontar a morte e perceber o passar sibilante do tempo. Havia nele uma casa eterna, que sempre mantinha o mesmo cheiro, a mesma energia e os mesmos personagens do meu imaginário. Sinto falta das árvores, dos bichos e dos meus pensamentos simples, ingênuos, dourados! No meu sonho ficar velho era coisa dos meus avós, e meus pais seriam eternos, e sempre teriam respostas ou soluções para meus erros e mancadas! Minha namorada seria exatamente ela, sem tirar nem por, e mesmo assim eu seria imensamente feliz! No meu sonho não havia ansiedade, culpa, angústia e, principalmente, essa minha imensa capacidade de somatização de problemas. Nele, estariam lado a lado meu primeiro cachorro famoso, o Gugu, e meu último cão de desenho animado, o Barneyschultz. Sabe o que mais?Eu daria mais valor à vida e ao que realmente faz sentido, isso se eu já soubesse (risos)!
Bom!Eu não tive um sonho,não esse, não assim, e hoje, às 6:30hs eu vou nascer, mas gostaria de dormir com essa certeza, com essa esperança, pra, quem sabe, ter esse presente na minha noite de sono de aniversário; ou, quem sabe, pensar que posso estar aqui ainda, daqui a trinta outros anos, e dizer que meu sonho era mais simples: Voltar no tempo até a noite de hoje, pra começar tudo de novo e fazer do amanhã tudo aquilo que desejei agora, no que fosse possível, quer houvesse uma só vida, quer existissem outras tantas, mas certo de que tudo seria perfeito, se Deus quisesse e EU não complicasse em demasia, ou deixasse pra depois com desculpas sem fim de um aniversariante que, ao menos até agora, um dia realmente terá...!!!

P.S.: No meu sonho eu seria menos fanático pelo meu quarto, menos comodista - mas lembrei que isso começou quando eu nasci, na rua de baixo, e logo foi só subir a rua pra conhecer o lar -, e, principalmente, não teria tanto medo de baratas!É isso...

Parabéns para mim, eterna e sinceramente!!!

R!