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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Catarse...Ou simples palavras...



      E agora, José?No meio do caminho tinha uma pedra!Pense, José, pense! Nada melhor que o silêncio pra dizer tudo o que precisa ser dito.É preciso dizer tanta coisa, só por guardar no coração?
Quem disse que faz sentido?Sentidos, rumos, projetos,caminhos...Caminho de Santiago!E sem isso de bicicleta ou caminho mais curto, entendem?Por vezes se faz necessária essa faina prosaica -desculpem!Sempre imaginei usar essa junção em boa oportunidade e agora é o momento, pois só o agora é real! Quero também voar de balão pelos campos da Escócia, mas se não der, tudo bem!Ninguém disse que seria ruim passear pelos verdes prados da Suíça, ou saltar de uma ponte australiana em direção ao rio silencioso que esconde seus segredos dos turistas de passagem...E os desafios, para que servem, afinal, se não para trazerem sentido e sentimento à vida?Eu?Eu coluro, tu colores e eles insistem em deixar nossa aquarela mais triste, mais plúmbea, menos áurea. Alguém se lembra do seu dia de Van Gogh?Parece não fazer sentido esse recorte da minha alma, mas não preciso de sentido alheio além daquele que absorve alma, com calma, com dor, com sutileza e resoluções!É a arte que imprime sentido ou qualquer coisa que o valha.É esse o meu campo de centeio, é essa a plenitude do meu universo multifacetário. Medos?Tenho-os todos em mim, embora creia nas verdades que mitifico e nos ícones que destruo com os dedos. Sim!Meus dedos traduzem meu dom, e minha mente coaduna migalhas de estrelas que compõem as tormentas diluvianas e os prados verdes dos dias de sol. Quer melhor sensação do que estar no banco antigo da velha infância, observando o crepitar das folhas secas do outono, ao suave sibilo do vento que nos traz um legítimo noturno de Chopin?! Eu vos afirmo que nem só de Magritte viverá o homem, tampouco de Pollyanna Whittier! Ninguém de escuse de vivenciar momentos de um Caravaggio, muito menos se despeça da desonra da ira e da infantil passagem melanus coelius por sobre a fronte insípida, temerosa do espelho da alma desnuda em frente ao palco da vida!Cruel!Insano!Verdadeiro! Imprescindível é trazer em si a capacidade de enxergar o que ninguém mais consegue, ouvir o que ninguém mais quer e, finalmente, sentir verdadeiramente tudo aquilo que nos faz fortes, nobres e legítimos. Para o mais, que Darwin nos ajude e a seleção natural recaia sobre cada palavra insana, cada verso triste ou dístico interjeitivo anacoluto que venha a ser manifestado por alguma parca embebida em Schopenhauer, ainda é preciso muito clamar para ter em si o animus Hierophantes. Mas, onde estará a minha Dríade?Tempus Regit Actum...E assim sendo, Constumatum est...




Raoni C.Costa







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