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terça-feira, 26 de abril de 2011

Mr.Monkey is not Lonely - Conselhos ao amigo macaco!

Mr. Monkey.


Não!Você não vai ficar aí pensando na vida!O que há?Está sem alguém que te ouça de verdade?E de mentira, não serve?Sinceramente a minha mentira talvez soe melhor aos seus ouvidos, caro amigo! Desânimo, tristeza, desilusão?Afinal, o que você quer, hein?Chega de interrogações.Compre suas bananas, vá para o Texas, se afogue em um bom dique frio e relaxe...Diga com calma: Never mind!Never mind!Never mind...E respire aliviado como um adúltero do tempo, com seu narguilé de cereja com creme. Às vezes eu tento te dizer tudo de novo, mas como você é teimoso. Nunca reparou que nossos pais deixaram um bilhete sobre a mesa antes de partirem?Nele havia tudo aquilo pelo qual passamos, com todos os detalhes, as ilusões, as mentiras, as ideias de mamute do deserto, os pensamentos criativos que se acham em qualquer esquina...Os amores, sim, os amores! Não era um simples bilhete, irmão macaco, era um receituário para as mesmices que a gente adora fazer.Ah!Como posso eu te censurar, se mesmo sabendo de tudo aquilo acabei fazendo como fizeram nossos pais. Espera: Macaco de imitação ou burro de carga das mágoas da estrada velha?Dá um tempo, vai com serenidade!Segue a tua vida e esquece aquela trilha de estrume. Já viu quantas flores nasceram sob o manto da tua vergonha e quantos arco-íris surgiram ao reflexo de suas lágrimas?Esqueça tudo isso de sofrimento e mausoléu de alma.Ainda há coelhinhas na páscoa, ninfas no verão, com seus fiapos de seda e pedacinhos do céu depravado de Baco sob o sol.Cara!Não seja bisonho. Não permita que ninguém possa te fazer chorar sem ser de alegria, de saudade e de amor pela vida. Não há isso de tempo, momento ou merecimento.Mereça o seu agora, mereça cada momento trágico que transforma em comédia, assim como cada aparente fracasso que consegue trazer em si mesmo uma proposta de mudar todo o seu desiderato. Esqueça, simplesmente esqueça.Não é coisa que o valha ocupar seu momento inimitável com ninharias que nem os pombos doentios notam. Migalhas não são poeira ao vento, são menos que isso.Quem te fez chegar à conclusão de que algo mais além de teu sucesso pode importar?Inimigo não tem sucesso, tem falácia. Seja cego, seja surdo, seja mudo, mas mude, estude e seja forte como o é meu pensamento, e nele eu me apego.
Sem isso de se esconder debaixo dos lençóis nas tardes de domingo. Caso queira, melhor se faz em dupla, beloved friend. C´est la vie. É agora o melhor amigo, o menor perigo, o teu inimaginável abrigo.Siga a dieta de Hollywood: Nada de culpas, muito de catarse, pouquíssima permissão ao superego -deixe ele de férias em Bora Bora-, e, principalmente, libere endorfina em combinação com a energia genésica vertiginosamente aplicada. Viva bem daí que eu te acompanho a cada passo, mas que fique claro: cada macaco no seu galho! Primeira regra: love was such an easy game to play and now a need a place to hide away não pode ser só uma letra...Sei que é meu antepassado, e por isso me preocupo, como um aprendiz messiânico, mas daí a massagear seu ego com os caprichos do paizão que não deseja ao filho sofrimento e acaba, por isso mesmo, causando ainda mais?Não, monkey! That´s all,  folks!Jamais sigamos o caminho alheio como receita de sucesso, se o sucesso é resultado de vontade, criatividade e dom. Ninguém cresce sob a sombra dos que permaneceram abaixo do ar mais puro. É preciso dizer que: I did it my way, mon petit primata! 
Agora levante, está na hora do voo para a Irlanda!São 2:22 a.m. Nesse momento o mundo inteiro silencia em contentamento por sua presença inesperada. Diga que não se importa, e só assim terá importância. Feche seus olhos para a mediocridade e abra sua psyché para o infinito pessoal que faz dos antes macacos agora ilustres membros de uma classe inigualável: Nós, os pequenos deuses das penas e dos delitos...E que assim seja, hoje e sempre!

Fraterno, justo e profundo saber,

 Raoni C.Costa.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Catarse...Ou simples palavras...



      E agora, José?No meio do caminho tinha uma pedra!Pense, José, pense! Nada melhor que o silêncio pra dizer tudo o que precisa ser dito.É preciso dizer tanta coisa, só por guardar no coração?
Quem disse que faz sentido?Sentidos, rumos, projetos,caminhos...Caminho de Santiago!E sem isso de bicicleta ou caminho mais curto, entendem?Por vezes se faz necessária essa faina prosaica -desculpem!Sempre imaginei usar essa junção em boa oportunidade e agora é o momento, pois só o agora é real! Quero também voar de balão pelos campos da Escócia, mas se não der, tudo bem!Ninguém disse que seria ruim passear pelos verdes prados da Suíça, ou saltar de uma ponte australiana em direção ao rio silencioso que esconde seus segredos dos turistas de passagem...E os desafios, para que servem, afinal, se não para trazerem sentido e sentimento à vida?Eu?Eu coluro, tu colores e eles insistem em deixar nossa aquarela mais triste, mais plúmbea, menos áurea. Alguém se lembra do seu dia de Van Gogh?Parece não fazer sentido esse recorte da minha alma, mas não preciso de sentido alheio além daquele que absorve alma, com calma, com dor, com sutileza e resoluções!É a arte que imprime sentido ou qualquer coisa que o valha.É esse o meu campo de centeio, é essa a plenitude do meu universo multifacetário. Medos?Tenho-os todos em mim, embora creia nas verdades que mitifico e nos ícones que destruo com os dedos. Sim!Meus dedos traduzem meu dom, e minha mente coaduna migalhas de estrelas que compõem as tormentas diluvianas e os prados verdes dos dias de sol. Quer melhor sensação do que estar no banco antigo da velha infância, observando o crepitar das folhas secas do outono, ao suave sibilo do vento que nos traz um legítimo noturno de Chopin?! Eu vos afirmo que nem só de Magritte viverá o homem, tampouco de Pollyanna Whittier! Ninguém de escuse de vivenciar momentos de um Caravaggio, muito menos se despeça da desonra da ira e da infantil passagem melanus coelius por sobre a fronte insípida, temerosa do espelho da alma desnuda em frente ao palco da vida!Cruel!Insano!Verdadeiro! Imprescindível é trazer em si a capacidade de enxergar o que ninguém mais consegue, ouvir o que ninguém mais quer e, finalmente, sentir verdadeiramente tudo aquilo que nos faz fortes, nobres e legítimos. Para o mais, que Darwin nos ajude e a seleção natural recaia sobre cada palavra insana, cada verso triste ou dístico interjeitivo anacoluto que venha a ser manifestado por alguma parca embebida em Schopenhauer, ainda é preciso muito clamar para ter em si o animus Hierophantes. Mas, onde estará a minha Dríade?Tempus Regit Actum...E assim sendo, Constumatum est...




Raoni C.Costa